terça-feira, 4 de agosto de 2009

ANEDOTA DE GENTE GRANDE

Josué Montello é um gigante das escritas. Ocupou a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, até 2006. Nos deixou muitos livros bons, e dentre eles um “Pequeno Anedotário da Academia Brasileira”. Ouro puro! Seus personagens são José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Artur Azevedo, entre muitos geniais que passaram pelo salão Nobre entre os séculos XIX e XX. Não poderia deixar de transcrever (ortografia original) uma destas anedotas, nesse momento. O personagem em questão é nada menos, nada mais do que Machado de Assis, o maior escritor brasileiro. Eu vos digo!

O JOGADOR

Machado de Assis era grande amigo dos Barões de Vasconcelos. Quase sempre à noite, pelas oito horas, êle e Carolina iam à casa dos amigos, no Cosme Velho.
Entre os passatempos da visita, figurava o jôgo de cartas, a que o romancista se entregava com especial entusiasmo, tendo como parceiro o Barão. Êste, por vêzes, pilheriava com a lentidão de Machado em cada lance. Por varios minutos ensaiava êle a jogada, olhando a carta, adiantando a mão, recolhendo-a, tornando a pôr a carta na mesa, hesitante.
E o Barão, uma noite:
- Vamos, Machado, jogue mal – mas jogue!
E o romancista, gaguejando:
- Que culpa... tenho eu... de ter a... compreensão tão lenta?”

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